A Genética hoje
Há tempos o ser humano busca o conhecimento biológico da hereditariedade nos seres vivos. Diversas explicações foram propostas ao longo dos séculos, mas foi no início do século XX que a Ciência começou a elucidar essa questão. A partir de então, a Genética passou a existir formalmente e a se desenvolver como um campo da Biologia.
Atualmente, a Genética tem tido grande destaque na mídia e no meio científico, e muitos recursos financeiros têm sido investidos em pesquisas. Esses estudos representam uma promessa de grandes avanços na produção de alimentos e na Medicina, por exemplo. Conheça, a seguir, algumas tecnologias em destaque nessa área.
Genômica
Desde o final da década de 1980, foram lançados projetos para diversos organismos que visam identificar a sequência de todas as bases nitrogenadas das moléculas de DNA de uma espécie. O projeto de maior destaque nessa área foi o Projeto Genoma Humano, um consórcio internacional iniciado em 1990 e completado em 2003. Os dados gerados vêm sendo utilizados em diversas áreas das Ciências Biológicas.
Outro importante projeto, desenvolvido por pesquisadores brasileiros, foi o sequenciamento do genoma da bactéria Xylella fastidiosa. Essa bactéria ataca as plantas cítricas (laranja, limão e tangerina), provocando uma doença conhecida como "amarelinho". Os resultados têm ajudado pesquisadores a desenvolver técnicas para proteger esses cultivos.
Organismos geneticamente modificados
Organismos geneticamente modificados (OGM) são quaisquer organismos que tenham seus genes manipulados para expressar ou ressaltar características de interesse, como o aumento da produção de óleo em grãos de milho, por exemplo. Entre os OGM estão os chamados transgênicos. No DNA desses organismos são inseridos genes de outra espécie, que expressam características de interesse médico ou economico por exemplo.
Clonagem
Há dois tipos de clonagem: a reprodutiva e a terapêutica.
A clonagem reprodutiva envolve a geração de um novo indivíduo, o clone, que pode ser definido como um organismo geneticamente idêntico à célula da qual ele se originou. O primeiro mamífero clonado foi a ovelha Dolly, em 1996. Nesse experimento, pesquisadores retiraram do ovócito de uma ovelha o núcleo contendo material genético (DNA) e o substituíram pelo núcleo retirado de uma célula mamária de outra ovelha adulta. Ocorreu a fusão do núcleo com o ovócito, e o embrião resultante foi implantado no útero de uma terceira ovelha, que deu à luz Dolly, um clone da ovelha que cedeu a célula mamária.
Na clonagem terapêutica são realizados os mesmos procedimentos iniciais da clonagem reprodutiva, porém não ocorre implantação do embrião em um útero para gestação. O conjunto de células cultivado no laboratório é utilizado para obter células-tronco.
As células-tronco são células indiferenciadas que têm potencial para formar vários tipos de célula do corpo. Elas podem ser obtidas de embriões ou de células adultas, que são estimuladas a voltar ao estágio indiferenciado e a se multiplicar em seguida. As pesquisas com células-tronco têm recebido muita atenção nos últimos anos em virtude das expectativas de desenvolvimento de novos tratamentos para diversas doenças, como diabetes, alguns tipos de cegueira, infarto e até lesões na medula.
Terapia gênica
Também chamada de geneterapia, a terapia gênica tem o objetivo de curar ou prevenir doenças genéticas pela manipulação do material genético do paciente.
Para desenvolver esse tratamento, alguns testes e pesquisas já vêm sendo feitos, suscitando muitas questões éticas, principalmente por envolver a alteração do genoma de uma pessoa.
Genética e sociedade
O desenvolvimento da Genética propiciou muitas possibilidades interessantes. No entanto, existem questões polêmicas que precisam ser debatidas abertamente com a sociedade, desde a produção de alimentos transgênicos até a manipulação de genes humanos.
Por um lado, o conhecimento e a tecnologia em Genética possibilitam não apenas a obtenção de variedades vegetais mais produtivas, nutritivas ou resistentes, mas também a produção de medicamentos, como a insulina e o hormônio do crescimento. Por outro lado, o uso dessas técnicas levanta questões éticas muito sérias. A produção de OGM é controversa, pois ainda não foram devidamente avaliados os riscos potenciais desses organismos, tanto para os seres vivos como para os ecossistemas.
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