Hereditariedade
Leia o trecho da reportagem a seguir:
[...]
A terminologia mudou de raça para ancestralidade. Isso se
refere a características herdadas dos pais e ancestrais de uma
pessoa.
[...]
Estudos subsequentes ajudaram a verificar que a sequência base (as unidades que compõem a informação genética)
no DNA humano é 99,9% idêntica, o que esvaziou completamente o argumento de encontrar um parâmetro confiável
para definir raças.
[...]
1. O que determina as características de cada pessoa?
2. De acordo com o trecho da reportagem, é correto afirmar que existem raças humanas? Explique
Comumente, o conceito de raças humanas é utilizado como uma forma de separar
as pessoas em grupos distintos. Contudo, como podemos perceber no trecho da
reportagem, não há fundamento científico para esse conceito.
A pigmentação da pele, por exemplo, é influenciada por fatores genéticos determinados por genes, os quais estão presentes em todos os seres humanos. Assim, a
diferença de coloração da pele é apenas a variação de uma determinada característica
em uma única espécie, a humana.
Muitas vezes, o termo raça é usado inadequadamente para segregar as
pessoas de acordo com sua origem ou características físicas, podendo resultar
em racismo e xenofobia. Somos diferentes uns dos outros, e essas diferenças
devem ser respeitadas. Lembre-se de que o respeito é uma competência
relacionada ao agir de maneira correta com o próximo, compreendendo e
respeitando as diferenças, como as físicas, as culturais e as de pensamentos.
Além dos fatores genéticos, nossas características são influenciadas por fatores
ambientais, culturais e sociais.
DNA e hereditariedade
Muitas das características observadas nos indivíduos são transmitidas de pais para
filhos por meio da reprodução. A transmissão das características de uma geração
para outra é chamada hereditariedade.
Já a Ciência que se dedica a essa área de
estudo é a Genética.
Após diversos estudos, descobriu-se que o material genético do ser humano e
dos demais seres vivos é o ácido desoxirribonucleico, conhecido pela sigla DNA.
Esse material genético está presente nas células nucleadas que compõem o corpo
humano, inclusive em seus gametas. Essas células sexuais são capazes de armazenar
informações e transmiti-las dos progenitores para a sua prole por meio da reprodução. Confira a seguir.
Na reprodução humana, o espermatozoide (A) carrega o material genético proveniente
do pai. Já o ovócito (B) carrega o material genético proveniente da mãe.
Ambas as células se unem na fecundação, formando o zigoto (C). Nele estão as
informações dos progenitores, que correspondem ao material genético do novo indivíduo.
Após a descoberta do DNA como material genético, os cientistas investigaram a
estrutura dessa molécula. Como resultado desses estudos, eles identificaram que o
DNA é composto de nucleotídeos. Analise a seguir.
Cada nucleotídeo é composto de fosfato, que contém o elemento químico fósforo (P),
de um carboidrato chamado desoxirribose e de uma base nitrogenada, que contém
o elemento químico nitrogênio (N).
As bases nitrogenadas do DNA podem ser de quatro
tipos:
timina (T), adenina (A), guanina (G) ou citosina (C).
Na metade do século XX, vários pesquisadores tentavam compreender como os
nucleotídeos estavam organizados para formar a molécula de DNA.
Por volta de 1950, o pesquisador austríaco Erwin Chargaff (1905-2002) fez alguns
experimentos e concluiu que a molécula de DNA sempre contém a mesma quantidade
de adenina e timina e a mesma quantidade de guanina e citosina.
Nessa época, a química britânica Rosalind Elsie Franklin (1920-1958) produziu imagens da molécula de DNA utilizando uma técnica chamada difração por raios X.
Por
meio dela, é possível investigar os átomos e as moléculas e produzir imagens em uma
chapa fotográfica.
Com base nas descobertas de Chargaff sobre os nucleotídeos, nas anotações e imagens produzidas por
Franklin, bem como nas informações obtidas dos estudos de outros pesquisadores, o cientista estadunidense James Dewey Watson (1928-) e o cientista britânico
Francis Crick (1916-2004) propuseram um modelo para
a molécula de DNA.
O modelo proposto por Watson e Crick ficou conhecido como dupla-hélice e é
aceito até hoje. Verifique a seguir.
Como estudamos anteriormente, as imagens obtidas por
Rosalind Franklin e outros pesquisadores nos experimentos
com raios X foram fundamentais para que Watson e Crick
propusessem o modelo de dupla-hélice do DNA.
O conhecimento sobre o modelo da estrutura da molécula de DNA foi importante
para compreender os mecanismos envolvidos na hereditariedade.
Como estudamos, o DNA apresenta uma sequência de bases nitrogenadas. Alguns
trechos dessa sequência contêm informações para a produção de moléculas que
exercem papéis específicos no organismo, como as proteínas.
Esses trechos de DNA
são chamados genes.
As proteínas são os principais constituintes das células e participam tanto de sua
estrutura quanto de seu funcionamento. Então, por conter informações relacionadas
à produção de proteínas, podemos dizer que o DNA está relacionado a muitas das
características dos seres vivos.
A produção das proteínas é orientada pelo DNA e auxiliada por outras moléculas,
como o ácido ribonucleico, conhecido pela sigla RNA. Assim, embora as informações
genéticas estejam armazenadas no DNA, o RNA é essencial para que essas informações se manifestem como características nos seres vivos.
Uma proteína consiste em uma ou mais cadeias de aminoácidos, ligados em
sequência. Determinados tipos de RNA participam do processo de produção de proteínas nos seres vivos, traduzindo as informações contidas no DNA, selecionando os
aminoácidos específicos e orientando a união deles.
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